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quinta-feira, 18 de abril de 2013

JESUS E A IGREJA


Qualquer leitor atento dos evangelhos logo notará, para sua surpresa, como é escasso o uso do termo igreja nos lábios de Jesus. Das mais de 100 vezes em que o Novo Testamento faz uso da palavra igreja, somente duas ocorrências encontram-se nos evangelhos (Mt. 16.18; 18.17).


Aprende-se com estas duas passagens que a igreja do Novo Testamento é uma comunidade cristocêntrica. O próprio contexto nos leva a essa conclusão. Em Mt. 16.16, Pedro tinha terminado de confessar Jesus como o Cristo, para em seguida a esta revelação feita por Deus, surgir a primeira declaração de Jesus sobre a igreja (v. 18) Logo, onde não há confissão de Jesus como o Cristo, ali não poderá existir uma igreja verdadeira.

A igreja também é o resultado da ação do próprio Cristo. Ele é quem a edificaria. Note que em sua declaração, Jesus usa o verbo no tempo futuro, “edificarei” (v. 18). Isto iria ocorrer segundo o renomado teólogo OSCAR CULMANN, “depois de sua morte e ressurreição” (CULMANN, p. 296). Com a morte e ressurreição de Jesus, a promessa da vinda do Espírito Santo (Jo. 14.16,26; 15.26; At. 1.8) pôde ser cumprida no dia de Pentecostes em At. 2, concretizando assim sua declaração que edificaria a igreja.

Já em Mt. 18.17, a fé das primeiras comunidades na real presença de Jesus é expressa no fato de “onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou no meio deles” (v. 20; cf. Mt. 28.20). É a presença de Jesus no meio dos crentes que faz com que eles sejam uma igreja verdadeira.

Embora Jesus tenha feito uso da palavra igreja somente em duas ocasiões, sua reflexão sobre o tema é bastante extenso nos evangelhos. A igreja deve ser uma comunidade com laços afetivos semelhantes aos existentes em uma família (Mc. 3.34,35; Lc. 8.21). Veja como Paulo faz uso do mesmo exemplo em 1Tm. 5.1,2. A igreja é a família de Deus (Ef. 2.19).

A igreja também é vista por Cristo como o rebanho, “pois foi do agrado do Pai dar-lhes o Reino” (Lc. 12.32; cf. Jo. 10.1-16). O próprio Jesus disse para Pedro cuidar de Suas ovelhas (Jo. 21.15,16), o mesmo conselho dado por ele aos presbíteros em 1Pe. 5. 2,3. Os termos “eleitos” (Mc. 13.20,27) e “escolhidos” (Mt. 22.14; 24.22,24,31; Mc. 13.22; Lc. 18.7) são para Cristo a sua igreja, protegida no evento da tribulação e salva no último dia. Estes são termos empregados também nas cartas do Novo Testamento como forma de descrever a igreja (cf. Rm. 8.33; 11.7; Cl. 3.12; Tt. 1.1; 2Pe. 1.2; Ap. 17.14).

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