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quarta-feira, 18 de julho de 2012

UMA PERSPECTIVA BIBLICO-TEOLÓGICA SOBRE A MORTE

A morte enquanto realidade universal de todos os homens provocou, ao longo da história, duas perspectivas diametralmente oposta. Os gregos, por exemplo, consideravam a morte uma verdadeira amiga. Ela era responsável – assim entendiam – pela libertação da alma, antes presa ao corpo, ou sepulcro no linguajar platônico.

Os hebreus, por outro lado, possuíam um conceito bem distinto quando comparado com o dos gregos em relação à natureza da morte. No relato bíblico, a morte sempre é vista como uma inimiga do homem. Em Gn. 2.16,17 a morte é visualizada como uma possibilidade que se tornaria real se o homem desobedecesse à ordem divina. A negativa da serpente de que a morte pudesse ser efetivada por um simples ato de Adão (Gn. 3.4), revela todo seu engodo quando da declaração de Deus logo após o homem ter comido do fruto proibido: “porque você é pó e ao pó voltará” (Gn. 3.19c).

A Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, capítulo XVIII assim se expressa: “Todos os homens são marcados pela finitude, de vez que, em consequência do pecado, a morte se estende a todos”. Pode-se aprender com isto, que a morte não é algo normal. Ela é uma intrusa, uma consequência reveladora de outra realidade, o pecado. Na Bíblia, o homem só morre porque é um pecador. Paulo nos diz que o ato de Adão não somente o tornou pecador destinado à morte, mas que todos morrem porque são pecadores, morte esta trazida por Adão (Rm. 5.12,13). Este ato afetou a humanidade de tal forma que o autor da carta aos hebreus diz que “o homem está destinado a morrer uma só vez...” (Hb. 9.27, grifo nosso).

A morte de acordo com a revelação bíblica é também a cessação da unidade integral do homem. O corpo daquele que morre “volta a terra, de onde veio, e o espírito volta a Deus, que o deu” (Ec. 12.7). Tiago admite a realidade da separação do espírito em um corpo morto quando diz que este não possui aquele (Tg. 2.26). A cessação da unidade integral do homem, corpo e espírito/alma, não é o mesmo que não-existência. Aquele que morre não deixa de existir, antes, passa para outro estado de existência. Millard Erickson, teólogo batista, em sua teologia sistemática declara que a “morte é simplesmente uma transição para um modo diferente de existência; não é, como costumamos imaginar, extinção”.

Chegamos com isto, ao assunto que trata da preservação da consciência no estado pós-morte – verdade esta constantemente negada pelos adventistas. “A Palavra de Deus assegura a continuidade da consciência e da identidade pessoais após a morte...”, assertiva da Declaração Doutrinária da Convenção Batista Brasileira, capítulo XVIII. O Senhor Jesus deixou isto bem claro com a narrativa do homem rico e o pobre Lázaro em Lucas 16.19-31. Ao ladrão na cruz é declarado: “Eu lhe garanto: Hoje você estará comigo no paraíso” (Lc. 23.43). Paulo confirma esta verdade quando diz: “desejo partir e estar com Cristo, o que é muito melhor” (Fp. 1.23). Ele sabia que no ato de sua morte estaria consciente ao lado de Jesus, pois do contrário como o “partir” poderia ser “muito melhor”? 

Outro aspecto da morte é que ela sela o destino do homem. Aquele que morre sabe da natureza irrevogável da sua existência. Lucas 16.26 diz que é impossível uma mudança de lugar daquele que já morreu fazendo uso da linguagem do abismo intransponível. Voltando ao texto de Hb. 9.27, declara-se que após a morte o homem irá “enfrentar o juízo”. Se ele enfrentará o juízo após a morte, não haverá possibilidade para uma mudança no estado pós-morte. No dia do juízo final serão salvos somente aqueles que tiverem seus nomes escritos no livro da vida (Ap. 20.15). Não se escreve este nome após a morte, antes, na morte, já se sabe se este nome está escrito ou não. Após a morte, o homem já “vive” a realidade da eternidade, seja a bem aventurança do salvo em Jesus ou o horror daquele que não aceitou a Cristo. No inferno o fogo não se apaga (Mc. 9.43-48). Os que não adoraram a Cristo “a fumaça do tormento de tais pessoas sobe para todo o sempre”, pois “não há descanso, dia e noite” (Ap; 14.11). Se os justos desfrutarão da vida eterna, os perdidos “irão para o castigo eterno” (Mt. 25.46; cf. v. 41).

Do acima exposto, a doutrina da reencarnação, conhecida também por transmigração das almas ou metempsicose constitui-se uma contradição teológica. A reencarnação pressupõe mais de uma experiência da morte, haja vista que a alma desencarnada passa a habitar em um novo corpo mortal. Isto é uma violação gritante do texto de Hebreus 9.27 que diz que “o homem está destinado a morrer uma só vez...”. Os relatos de ressurreição na Bíblia são uma exceção desta regra – eles ressuscitaram, embora tenham voltado a morrer. A doutrina da reencarnação, por outro lado, é uma anulação desta lei, pois aquele que morre, morrerá novamente reencarnando em outro corpo mortal.

Por fim, devemos ter em mente que não obstante a morte ser a consequência do pecado (Rm. 6.23), para aquele que aceitou Jesus ela não é uma condenação (Rm. 8.1). A morte de Jesus nos livra da escravidão do medo da morte (Hb. 2.14,15).     

2 comentários:

LÁZARO disse...

A perspectiva teológica sobre a morte,esclarece como, quando e onde a morte surgiu, trazendo para a todos a solução "Jesus Cristo é a vida João 14.6" para este estado que tanto assombra a homanidade por ser desconhecido.
Deus continue te abençoando, parabéns pela explanação teológica.
Sem. Lázaro

Unknown disse...

Eu particularmente gosto ate de cemitério morte vampiros eu curto muito, vi um dia uma tattoo em um homem da morte segurando na coleira de um cachorro nossa gostei muito mas não a encontrei na NET..