Nesta última terça-feira (09/05), o programa Conversa Com Bial, contou com a participação de três jovens evangélicos que são sucesso nas redes sociais. A conversa se deu em tom muito agradável e Bial em nenhum momento se mostrou agressivo. Entre muitos risos, os convidados buscavam explicar termos oriundos do ambiente pentecostal e neo-pentecostal, tais como: manto; varoa, cheio de azeite entre outros. A seriedade da conversa só foi possível com a participação de um professor ateu (a parte mais produtiva do programa). Foi isso que me chamou a atenção.
Os três convidados evangélicos eram bons para a conversa cômica, porém, inapropriados para explicar o que realmente é o protestantismo. Isso foi tarefa do professor ateu. Foi de seus lábios que ouvimos o grande lema da reforma protestante do séc. XVI, a justificação por meio da fé (mais irônico impossível). Bial soube conduzir seus convidados evangélicos na estrada do discurso irrelevante. A única pergunta escorregadia feita por Bial foi sobre o homossexualismo. Sobre isso não foi nenhuma surpresa a resposta politicamente correta, que poderia ser sintetizada da seguinte forma: na minha igreja eles são aceitos, mas cabe ao Espírito Santo dizer se é errado ou não.
Mas é claro que são aceitos! Assim como o jovem que faz sexo com sua namorada; ou mesmo aquele que não manteve sua fidelidade conjugal; o mentiroso, o corrupto. Todos são aceitos. Mas são aceitos nos termos do evangelho, para uma mudança radical de vida.
Bial não queria saber o que é pecado, salvação, fé, justificação, Deus, Jesus ou o Espírito Santo. E se o quisesse, não sei se seus convidados estariam aptos para lhe responder. Afinal de contas, tudo girou em torno da subjetividade: eu penso, eu acho, para mim. Em nenhum momento foi citado a fé de Jesus. Nada de novo nisso, pois há muito tempo nos esquecemos o papel de uma testemunha: relatar os fatos do que Deus fez em Jesus e através de Jesus e não sua opinião sobre esses eventos.
Para que ninguém tire conclusões equivocadas sobre esse post, reafirmo minha admiração por Bial, por sua capacidade em articular as palavras. Também vejo alguns vídeos do pastor Jacinto Manto. Me agrada o fato da graça com os estereótipos evangélicos, mas que em nenhum momento desrespeita o Sagrado.
Enfim, perto de comemorar 500 anos da reforma protestante, os evangélicos são admirados por serem engraçados, mas preteridos nos assuntos urgentes que assolam nosso séc. XXI. Mas parece que não percebemos isso. Queremos ser bem sucedidos em áreas onde o cristianismo primitivo ou Jesus jamais fizeram sucesso.