Se pudéssemos voltar ao primeiro
século e perguntássemos a algum judeu-cristão quem foi Jesus, ele poderia nos
responder mais ou menos isso:
Bem,
sobre essa pergunta, eu posso lhe dizer que ele foi um homem notável. É claro
que seu nome era bastante comum, mas somente ele foi o único que encarnou o seu
verdadeiro significado, O SENHOR SALVA. Sua família era pobre. Seu pai,
inclusive, era um carpinteiro, profissão esta que ele mesmo herdou. Muito cedo
Jesus assumiu a responsabilidade pelo cuidado de sua mãe Maria e de seus demais
irmãos. Parece que José morreu ainda quando Jesus era muito jovem.
O
que espantou as pessoas em nossa época é que Jesus não teve nenhum treinamento
profissional – se teve, não sabemos – que o tornasse aquele grande mestre e
pregador que foi. Sua sabedoria e rapidez de raciocínio eram de admirar. Digo
isso porque ele veio da cidade de Nazaré, lá da Galileia. Que coisa hein!
Ele
realizou feitos que existiam somente em nossa memória, algo que poderíamos comparar
às narrativas do Êxodo, em suas vívidas descrições do poder de Deus. Tinha-se a
certeza que algo de surpreendente estava acontecendo através dele. Algumas
pessoas, não podendo negar seus milagres, tentaram desmerecer seus feitos. Essa
tática não deu certo. Isso me chamou a atenção. Se Deus estava realizando todos
aqueles milagres por intermédio de Jesus, Deus estava validando seus
ensinamentos assim como outras realizações. Em outras palavras, Deus estava com
ele e por meio dele conosco – lembra o EMANUEL, DEUS CONOSCO? É isso que quero
dizer.
Sim,
já ia me esquecendo. Ele gostava muito de contar histórias. Quanta imaginação!
Penso que ele seria um ótimo escritor. Atraia a atenção de crianças e adultos,
de aliados à inimigos. Ele narrava essas histórias com tanta convicção, que
pude perceber algo: ele possuía a consciência de uma vocação especial. Ele
sabia que deveria fazer algo que somente Deus poderia fazer, concertar nosso
mundo. Peço desculpas, mas isso me emociona. Sempre que recordo esses eventos me vem
lágrimas aos olhos. Deixe me recompor. Onde estávamos? Lembrei!
Alguns
dias antes do trágico evento, ele se dirigiu para Jerusalém e contou uma história sobre um
proprietário de terra que depois de ter partido havia retornado para encontrar
com seus empregados. Sabíamos que o proprietário na história era o Deus de
Israel. Ele nos deixou durante o exílio, mas tínhamos a promessa de seu
retorno. Não sabíamos quando seria, muito menos como isso ocorreria. Mas era
certo que quando isso acontecesse Deus retornaria para a cidade de Jerusalém e
se faria presente no templo.
O
Espírito criativo de Deus nos pegou de surpresa mais uma vez. Como seria a cena
do retorno de Deus? Consegue imaginar? Então preste atenção! Quando Jesus
entrou na cidade de Jerusalém montado num jumento e logo em seguida se dirigiu
ao templo, pude entender: Deus havia retornado ao seu povo na pessoa desse
jovem profeta de Nazaré. Quando compreendi isso, fiquei sem palavras. Brotou
dentro de mim um estado de alegria tão grande, que na ausência de palavras, o
som que se ouvia era de minhas mãos batendo palmas. Foi um grande ato de um
fascinante enredo. Mas isso não é tudo.
Quando
recebemos a notícia de sua condenação à cruz, foi como se derramassem um balde
de água gelada em nossas cabeças. Um tremendo susto!
Pelo
alto grau de maturidade de Jesus, é claro que ele sabia que sua situação em
Jerusalém não seria das melhores. Mas inda assim ele foi para lá na época da
Páscoa. Não evitou ser preso, nem tentou fugir depois de pego. Agora entendo
que sua morte não foi um equívoco, uma tragédia.
Na
cruz, Deus, por meio de Jesus, lidou com o mal, puniu o pecado, derrotando-o
completamente. Carregou o peso de toda a maldade em seus próprios ombros. Ele
conduziu ao seu momento decisivo na cruz, o longo plano do Deus criador de
resgatar o mundo do mal e endireitar todas as coisas. A cruz foi o centro do
mundo naquela sexta-feira. O lugar onde a dor, vergonha e culpa do mundo se
concentraram numa única pessoa.
Se
Deus havia retornado para seu povo, por que ele morreria? Ele não deveria
trazer justiça e salvação? Como entender sua morte? Isso só foi possível depois
de três dias. Veja bem: não bastava a personalidade de Jesus
impressionar tanto as pessoas? Não foi suficiente Deus nos surpreender com seu
retorno em Jesus? Ter nos dado o susto de sua morte na cruz? O que mais
poderíamos esperar? Isso que vou lhe falar, com certeza não esperava: ele,
depois de três dias de morto... RESSUSCITOU.
E
o que poderia falar disso? Alguns dizem que foi algo inventado. Impossível!
Ninguém nunca pensou que o Messias haveria de morrer, quanto mais de
ressuscitar. Você acha que se tivéssemos inventado isso colocaríamos as
mulheres como as primeiras testemunhas desse evento, sabendo que o testemunho
feminino não tinha validade em nossa época? Claro que não. Eu sei, você pode
estar pensando: “ressurreição é algo que não acontece atualmente”. Concordo. Em
nossa época também. As evidências de que pessoas mortas continuam mortas são
sempre as mesmas, não importa o tempo. Não precisamos da ciência para nos
ensinar isso. Mas acredite, ele ressuscitou. Não para morrer de novo, como
Lázaro, lembra? Ele ressuscitou para uma nova espécie de vida corporal. Ele é o
Senhor do mundo. Aleluia!