Categoria
- Cultura Pop (6)
- Estudo (20)
- Igreja (14)
- Interpretação (13)
- Pessoal (1)
- Reflexão (28)
- Sermão (3)
- Teologia e Filosofia (4)
sexta-feira, 5 de junho de 2009
MÚSICA NO CULTO OU CULTO À MÚSICA?
Gênesis 3
Deus, Um Discurso
Deus, como falar Dele? Qual seria a melhor pergunta: o que é Ele? Quem Ele é? Ele é a Pessoa que está além de todas as pessoas. O Absoluto que está além de todo relativismo. O Eterno que está além de toda efemeridade. O Existente que está além de toda existência.
Deus tem sido atacado por uma avalanche de argumentos ateístas. Tenta-se provar que Ele não existe. Mas como provar a Sua não existência? O não-ser simplesmente não existe. Falar da não existência é atribuir-lhe uma existência que se tenta provar o contrário. É difícil falar do nada, pois não existe nada para se falar. Se Deus não existe, então, como falar Dele? Os argumentos ateístas anulam a existência de um deus criado ao longo do tempo. Este deus pode, sim, ser levado a não existência, pois ele mesmo não existe objetivamente. Este é um deus acreditado na mente. Ele existe porque há uma mente para apreendê-lo. Esta mesma mente que acredita, pode não acreditar.
Quando pensamos em Deus, estamos intuindo Um Ser, ou O Ser, que está além daquele que pensa. Deus é visto como estando diante de um sujeito pensante. Alguém que está distante, e pode ser encontrado por meio de um processo de abstração mental. É aí que reside todo o problema. Deus não deve ser visto como um objeto a ser encontrado por um observador. Ele não é como uma montanha muito difícil de se escalar, e depois que se chega ao cume alguém desce para ser considerado um vencedor.
O insensato do salmo 14, onde ele afirma que Deus não existe, estava tirando uma conclusão de uma análise feita previamente. Para ele, o mundo em sua volta não exigia a crença na Divindade. Embora a Bíblia nos afirme que a própria natureza implica a realidade de Deus (Sl. 19; At. 14.15-17; 17.23-28; Rm. 1.19-23), diversos observadores podem chegar a uma infinidade de conclusões: teísmo (crença em Deus), deísmo (idéia que Deus não atua na natureza) ou politeismo (crença na existência em vários deuses). Assim, afirmamos que o problema não se encontra na criação observada, mas na inferência do observador.
Então, como encontrar Deus realmente? Encontra-se Deus quando se é achado por Ele. Deus é O Existente que em mim está além de mim. Deus nunca existirá para mim se primeiro Ele não existir em mim. Deus não é para ser visto, Ele é para ser vivido. Se eu procuro Deus fora é porque eu fujo Dele em meu ser pessoal. Ninguém consegue fugir de Deus geograficamente, pois Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo (Sl. 139; Jr. 23.23-24). É impossível Deus não estar no mundo, embora seja possível encontrar-se no mundo sem Deus (Ef. 2.12). Deus só é conhecido quando se é conhecido por Ele (Gl. 4.8-9).
Entretanto, como isto tudo acontece? Vamos então, analisar o texto de João 3.1-9. Nicodemos demonstra ser uma pessoa capaz de reconhecer a veracidade do ministério de Cristo Jesus (v. 2). Em resposta, Jesus revela que o verdadeiro conhecimento de Deus ocorre quando o homem se conscientiza de sua real condição existencial. Sem o novo nascimento, o homem encontra-se fora do Reino de Deus (v. 3,5).
Para que aja conhecimento é necessário que exista primeiro um sujeito que possa conhecer. Nicodemos queria conhecer sem existir para o Reino de Deus. Jesus afirma que isto é impossível. É preciso nascer de novo. Não escolhemos nascer, simplesmente nascemos. O novo nascimento é o surgir de uma nova pessoa. Este novo ser encontra-se apto para apreender as verdades eternas em Jesus Cristo.
Os versículos 7 e 8 expressam a realidade de alguém que se encontra em Deus. É o viver incerto existente em uma certeza segura. É ser conduzido pelo vento (Espírito). Não se sabe que direção o vento tomará no futuro, mas independente disto o vento continuará guiando-o. Para o homem que vive esta realidade, não há prova de certeza, mas vivi-se Deus em meio às incertezas da vida.